APRESENTA A COLEÇÃO MAIS INOVADORA DO DESIGNER SERGIO FAHRER
Tecnologias inéditas marcam o lançamento das peças da Coleção 2009
Um dos mais expressivos nomes do design brasileiro contemporâneo, Sergio Fahrer, novamente surpreende ao apresentar sua coleção de mobiliário.
Dando continuidade à tradição de escolher uma nova matéria-prima para o desenvolvimento de cada linha, desta vez Fahrer elegeu o alumínio de
aviação como carro-chefe para a criação das novas peças, inspiradas no mundo aeronáutico e na natureza - algumas peças inclusive usam o material
reciclado de aviões fora de uso.
“A dificuldade de encontrar tecnologias no Brasil que viabilizem os projetos é um estímulo para o desenvolvimento de novos sistemas construtivos”,
explica Fahrer. Para esta coleção, além dos desenhos e da adaptação da matéria-prima ao novo uso, o designer precisou criar uma forma diferente
de construir as peças. “A Coleção 2009 é uma das mais completas e, com certeza, a mais arrojada e tecnológica que já desenvolvi”, avalia.
Para a sustentação das peças, Sergio Fahrer criou um sistema construtivo exclusivo e pioneiro, que batizou de “nervura estrutural”. O conceito foi inspirado
nas asas dos aviões, que utilizam desenho e estruturação semelhantes para se manterem firmes durante o vôo. O resultado são peças leves,
extremamente delgadas e resistentes – algumas poltronas parecem flutuar.
Esse efeito só foi possível graças ao estudo inédito de engenharia feito sob medida para a coleção, que faz com que as bases das peças se mantenham
firmes mesmo tendo apenas 4 mm de espessura. Proporcionalmente falando, a estrutura é o equivalente ao traço de uma lapiseira 0.5 no
desenho de um móvel feito em uma folha de papel A4. Por conta do ineditismo do processo, Fahrer está obtendo a patente dessa tecnologia. Outro
detalhe importante é que o desenho exclusivo da “nervura estrutural” confere uma identidade particular às peças e associam o desenho ao trabalho
do designer.
A tecnologia inédita de usar o alumínio de aviação em mobiliário foi o que permitiu a criação de peças emblemáticas como o banco DC-3 –
(capa), cujo desenho é semelhante a da asa do avião Douglas DC-3, o mais longevo da história da aviação mundial. A ponte-aérea Rio-São Paulo
usava esse modelo de aeronave. Outra peça-símbolo da coleção é a cadeira Nena, cuja estrutura de 4 mm de espessura é revestida apenas por
uma fina lâmina de madeira. O desenho, que tem um único traço contínuo para pés, assento e espaldar, teve inspiração na natureza – ao observar
a postura de um macaco bugio em seu habitat natural, Fahrer notou que a cauda do animal era usada praticamente como uma cadeira.
Daí, a transformar a ideia em peça, foi um pulo.
As novas tecnologias não param por aí. O alumínio ainda ganha desenhos nas bases de algumas peças recortados por um jato de água em alta
pressão – como o corte a laser poderia deformar as peças graças ao calor emitido, a solução foi encontrar outro sistema para garantir os desenhos
originais de cada peça,
e o couro calçadista – mais conhecido como “recouro” – estão entre os destaques. O couro é mais uma inovação da Meccane, que mantém a
preocupação ecológica na ordem do dia. Usado tradicionalmente em calçados, Fahrer inova ao aplicar o material para revestir mesas, poltronas e
bancos. Como resultado, surgem várias opções de padrões e texturas – 18 delas ao todo –, nunca vistas antes em mobiliário. A vantagem do material
é a altíssima resistência. Difícil de riscar, manchar ou danificar, o “recouro” é obtido através de um processo industrial especial, em que sobras
reaproveitadas se transformam em rolos de couro natural reprocessado.
O texto é de Sandra SOBRAL e Lara MUNIZ
O projeto gráfico é de Pierre Yves REFALO,
assim como as fotografias.
04
BANCOS
DC3
475 x 400 x 490mm 13
13
meccane
DC3
475 x 400 x 490mm