Revista Kaza
Edição 92 - Ano 9
124
Hoje ela vive e trabalha em São Paulo, onde tem uma de suas lojas e ateliê. Mas foi na
Bahia, em sua fazenda na região de Trancoso, que veio forte a certeza de que era preciso
dar vazão à rica criatividade que brotava em forma de desenho e que se concretizava com
um apaixonante trabalho no barro. Toda minha família sempre foi ligada à arte. Em casa,
tínhamos à disposição todos os tipos de materiais, mas minha preferência era desenhar
e mexer com argila. Tanto que, já aos 15 anos, comecei a me dedicar à cerâmica. Em
cursos especializados, fazia pratos, travessas, coisas que eu pudesse levar para casa e
usar..., pontua Bel Prisco, sem tentar esconder o entusiasmo que sua arte lhe propicia.
Antes de seu primeiro ateliê em Trancoso, em 1997, ela nunca hesitou na busca de
conhecimentos técnicos. Iniciou licenciatura em artes plásticas e fez incontáveis cursos
e workshops no Brasil e no exterior. Prática em modelagem, escultura e torno, aulas de
observação e desenho à mão livre, pintura em aquarela, muita pesquisa e experimentação
sobre cores... Explorei ao máximo minha curiosidade, meu imaginário. Porque sabia
onde queria chegar. Empenhei-me em noções de química para trabalhar com as reações
dos óxidos nas queimas, no conhecimento das matérias-primas e na experiência da
queima, criando familiaridade com o uso dos fornos elétricos. Mas considero que meu
maior aperfeiçoamento foi com a técnica maiólica, na qual me especializei depois de
muitas e muitas aulas com ceramistas aqui no Brasil e nos Estados Unidos, ressalta Bel.
Ela esclarece que a técnica, inventada pelos italianos, consiste no uso de esmalte branco
sobre a cerâmica vermelha, o que permite, sem problemas com separação de cores, o
uso de qualquer corante mineral na execução de desenhos, até mesmo os mais complexos.
No forno, isso se funde e tudo entra no barro. Uso a maiólica em tudo que faço
pratos, jogos de chá, travessas, potes e até em peças mais exclusivas, como pias, castiçais,
abajures, ressalta a artista que, além de se destacar por seus desenhos coloridos
em utilitários de cerâmica, também se diferencia por produzir peças em série. Consegui
fazer uma linha de montagem com cerâmica. Toda a linha de produção é sistematizada.
Criatividade e rigor técnico para alcançar o máximo de capricho e resistência
na louça, trabalhada com o belo efeito vitrificado da técnica maiólica. No
início, na Bahia, pintava cajus, bananas, frutos da terra, marcos daqueles
tempos, quando montei, em 2003, minha primeira loja no Quadrado, em
Trancoso, lembra a artista. Agora em São Paulo, com sua segunda loja
desde abril de 2010, Bel Prisco ampliou suas fontes de inspiração
arte & ofício fotos alexandre pirani
A paixão pelo desenho e pela cerâmica levou
Bel Prisco a criar uma linha de montagem cinco
estrelas com seus utilitários diferenciados
criação
em série
Revista Kaza
Edição 92 - Ano 9
124
Hoje ela vive e trabalha em São Paulo, onde tem uma de suas lojas e ateliê. Mas foi na
Bahia, em sua fazenda na região de Trancoso, que veio forte a certeza de que era preciso
dar vazão à rica criatividade que brotava em forma de desenho e que se concretizava com
um apaixonante trabalho no barro. Toda minha família sempre foi ligada à arte. Em casa,
tínhamos à disposição todos os tipos de materiais, mas minha preferência era desenhar
e mexer com argila. Tanto que, já aos 15 anos, comecei a me dedicar à cerâmica. Em
cursos especializados, fazia pratos, travessas, coisas que eu pudesse levar para casa e
usar..., pontua Bel Prisco, sem tentar esconder o entusiasmo que sua arte lhe propicia.
Antes de seu primeiro ateliê em Trancoso, em 1997, ela nunca hesitou na busca de
conhecimentos técnicos. Iniciou licenciatura em artes plásticas e fez incontáveis cursos
e workshops no Brasil e no exterior. Prática em modelagem, escultura e torno, aulas de
observação e desenho à mão livre, pintura em aquarela, muita pesquisa e experimentação
sobre cores... Explorei ao máximo minha curiosidade, meu imaginário. Porque sabia
onde queria chegar. Empenhei-me em noções de química para trabalhar com as reações
dos óxidos nas queimas, no conhecimento das matérias-primas e na experiência da
queima, criando familiaridade com o uso dos fornos elétricos. Mas considero que meu
maior aperfeiçoamento foi com a técnica maiólica, na qual me especializei depois de
muitas e muitas aulas com ceramistas aqui no Brasil e nos Estados Unidos, ressalta Bel.
Ela esclarece que a técnica, inventada pelos italianos, consiste no uso de esmalte branco
sobre a cerâmica vermelha, o que permite, sem problemas com separação de cores, o
uso de qualquer corante mineral na execução de desenhos, até mesmo os mais complexos.
No forno, isso se funde e tudo entra no barro. Uso a maiólica em tudo que faço
pratos, jogos de chá, travessas, potes e até em peças mais exclusivas, como pias, castiçais,
abajures, ressalta a artista que, além de se destacar por seus desenhos coloridos
em utilitários de cerâmica, também se diferencia por produzir peças em série. Consegui
fazer uma linha de montagem com cerâmica. Toda a linha de produção é sistematizada.
Criatividade e rigor técnico para alcançar o máximo de capricho e resistência
na louça, trabalhada com o belo efeito vitrificado da técnica maiólica. No
início, na Bahia, pintava cajus, bananas, frutos da terra, marcos daqueles
tempos, quando montei, em 2003, minha primeira loja no Quadrado, em
Trancoso, lembra a artista. Agora em São Paulo, com sua segunda loja
desde abril de 2010, Bel Prisco ampliou suas fontes de inspiração
arte & ofício fotos alexandre pirani
A paixão pelo desenho e pela cerâmica levou
Bel Prisco a criar uma linha de montagem cinco
estrelas com seus utilitários diferenciados
criação
em série