Museu do Chile tem projeto brasileiro
O Museu da Memória e dos Direitos Humanos em Santiago tem projeto arquitetônico do escritório brasileiro Estúdio América.
Para dar inicio às comemorações do bicentenário da independência chilena, a atual presidente do Chile, Michelet Bachelet, inaugura neste mês o Museu da Memória e dos Direitos Humanos, em Santiago.
Considerado a mais importante iniciativa cultural do governo Bachelet, o museu vai contar com um acervo que expõe, entre outras instalações, o atropelo aos direitos humanos ocorrido entre 1973 e 1990.
Experiência similar ao Museu do Holocausto, em Washington, e ao Museu Distrito Seis, na África do Sul, o Museu da Memória chileno tem projeto arquitetônico do escritório brasileiro Estúdio América – Carlos Dias, Lucas Fehr, Mario Figueroa e Roberto Ibieta, vencedores do concurso público internacional realizado pelo Ministério de Obras Públicas (MOP), em 2007.
O edifício tem em seu interior paredes de vidro com uma veladura externa de chapas de cobre expandidas e ocupa uma área de 5.500 metros quadrados. Como indutor de transformação, será a mais contemporânea construção de um bairro onde também estão localizadas a Biblioteca de Santiago e o Centro Cultural Matucana 100, com o qual o Museu está integrado.
A arquitetura do museu
Segundo os arquitetos do Estúdio América, o projeto do Museu foi pensado a partir do caráter fragmentado e não linear da memória e de suas imagens. "Procuramos desenvolver um projeto aberto, flexível, capaz de acolher qualquer tipo de mostra e de armazenar e transmitir esse conhecimento de maneira ampla e imparcial. O objetivo foi criar uma espécie de arca, onde se pudessem depositar todas as reminiscências da história chilena", explica o arquiteto Mario Figueroa.
Ao contrário da maioria dos museus, que consistem em uma sucessão de salas separadas umas das outras, o edifício do Museu da Memória é constituído por um grande espaço em três níveis, sem paredes transversais, que se integram de modo que o visitante não perca a noção do conjunto.