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Thomaz Farkas

Cerca de 140 imagens e texto compõe o livro 'Thomaz Farkas - Uma Antologia Pessoal'


 Durante dois anos Thomaz Farkas revisitou toda a sua trajetória, com suporte de seus filhos João e Kiko Farkas, e em conjunto com os pesquisadores e curadores do Instituto Moreira Salles, que preserva sua obra fotográfica. O livro traz imagens do fotógrafo produzidas a partir da década de 1940, época em que Farkas se associa ao Foto Cine Clube Bandeirante (FCCB), local de debate sobre a atividade fotográfica. Afinados com as vanguardas europeias e norte-americanas, os paulistas do FCCB buscavam uma estética específica para a foto, com novos enquadramentos e pontos de vista inusitados. 'Thomaz Farkas - Uma Antologia Pessoal' traz imagens coloridas datadas de 1975, mas que só foram apresentadas pela primeira vez ao público em 2005. São fotografias feitas parte durante uma expedição científica ao Amazonas, parte em uma incursão a Salvador.

HISTÓRIA

 

Thomaz Farkas é um dos grandes expoentes da fotografia moderna no Brasil. Nascido em Budapeste, Hungria, em 1924, chega com a família em São Paulo em 1930, quando seu pai reassume a participação na sociedade Fotoptica, fundada por ele e outros sócios dez anos antes e estabelecida desde então na rua São Bento, no centro de São Paulo, como uma das empresas pioneiras na comercialização de equipamentos fotográficos no Brasil.

Em 1932, aos oito anos de idade, Farkas ganha de seu pai a primeira câmera fotográfica e durante os dez anos seguintes realiza imagens que podem ser compreendidas, em grande medida, como experimentos visuais fotográficos intuitivos e exploratórios à maneira de Lartigue onde família, animais domésticos, o grupo de amigos de bicicleta, fatos relevantes como o Zeppelin sobre a cidade e a construção do estádio do Pacaembu nos arredores de sua residência são todos temas para incursões fotográficas, e, em alguns casos, também cinematográficas.

As primeiras séries fotográficas autorais de Thomaz Farkas estão associadas ao seu ingresso formal no Foto Cine Clube Bandeirante, em 1942. O trabalho de Farkas, em conjunto com outros fotógrafos atuantes no FCCB, como Geraldo de Barros, José Yalenti, José A. Vergareche, German Lorca, constitui-se na vertente formadora da fotografia moderna brasileira.

Em 1948, Farkas viaja aos Estados Unidos, onde estabelece contato com o fotógrafo Edward Weston, na Califórnia, e com o fotógrafo e então curador de fotografia do Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova York, Edward Steichen. Realiza, no ano seguinte, em São Paulo, sua exposição individual Estudos fotográficos. Ainda nesse mesmo ano, a pedido de Pietro Maria Bardi, juntamente com Geraldo de Barros, monta o laboratório fotográfico do MAM/SP.

Em 1957, por sugestão de seu amigo, o arquiteto e urbanista Jorge Wilheim, que participou do concurso para escolha do projeto de implantação da nova capital do país, Farkas viaja a Brasília para acompanhar a construção do projeto de Lucio Costa e Oscar Niemeyer. A linguagem e abordagem que escolhe nas séries de Brasília, mais próximas do fotojornalismo e da fotografia documental, parecem já apontar para os trabalhos que realizaria na década de 1960 e 1970, em especial a Caravana Farkas de documentários sobre o Brasil profundo e a série em cores sobre a Amazônia e Nordeste (Notas de viagem), todos trabalhos de forte vertente humanista.

Thomaz Farkas – uma antologia pessoal
295 pp.
26 x 31 cm
ISBN 978-85-86707-63-6