Emoção Visual
O arquiteto toscano Simone Michele acredita que as emoções podem ser traduzidas visualmente. Foi o que ele fez ao projetar sua colorida casa, com ares futuristas, em Firenze, onde vive com a mulher e o filho
Para o arquiteto italiano Simone Michele a arquitetura deve estar a serviço da liberdade e do movimento, como um pensamento ligeiro e inebriante. “Tal qual a vida, o lugar em que vivemos pode ser reinventado continuamente. O novo luxo na arquitetura está em descobrir a verdade do cotidiano, está mais no sensorial do que no material, no puramente físico. Ao invés da opulência, a transparência. Nossa intimidade deve estar cercada de sensações. Nossas histórias de vidas não estão nas formas, mas na essência do que vemos, ouvimos, saboreamos cheiramos e tateamos. Portanto, a arquitetura deve ser norteada pela vida”, afirma. Foi a partir de suas ideias, que o arquiteto-professor – também designer de interiores e curador de arte – planejou os interiores de sua casa em Firenze, na Itália, onde vive com a mulher, Roberta; e o filho, Cesar.
E sua residência – de ares futuristas – desperta os sentidos ao estimular a mente a partir das percepções físicas. E nesse caso, com o auxílio de cores vívidas (tal qual a paleta de cores do designer egípcio Karim Rashid), efeito etéreo na iluminação e arquitetura que sugere fluidez e movimento. “A harmonia e a beleza surgem naturalmente em espaços que refletem individualidade em equilíbrio com a nossa espiritualidade. Juntando paixão e sentimento nós estimulamos a criação das formas. E com a imaginação, as cores, a luz e os materiais. Então tudo se harmoniza, unindo sonho e realidade”, conceitua Michele.
Um detalhe interessante e revelador desses tempos de transição que a casa passa nesse início do século 21 é que por fora a casa tem arquitetura oitocentista – como é comum em Firenze— , mas por dentro passou por uma transformação radical. “Um ambiente novo que traduz a vivência numa cidade metropolitana, veloz, em contínuo fluxo”, finaliza o arquiteto.
