Consumo

Inspiração fashion

  • A ótica de cada um

     

    Por Erika Palomino

    Na casa e no closet, se o modo e a moda estão nos olhos de quem vê, nunca foi tão fácil interpretar o op hipnotizanteKAZA


     

     

  • Arte, design e moda são territórios de transgressões, liberdades e libertações de todos os tipos. Riscos que gosto de correr e incorrer, em tudo o que me envolvo. Pagando todos os preços, dos mais baratinhos aos mais salgados. O folhear desta edição reloaded de KAZA tem tudo a ver com isso. Afinal, o novo está nos olhos de quem o vê, e também na maneira como as coisas são feitas. Com os pés e os óculos nas artes, me interesso por vezes mais pelo processo do que pelo resultado. Também num remo quase sempre contra a maré – das mansas às mais agitadas.

     Kaza

    Ao falar de arte, de todas elas, mesmo quando incipientes ou insipientes, tangenciamos subversões. E ao tratar de moda, no fundo, e agora no raso e no rápido, falamos de mudanças, da busca hoje quase idílica pelo novo. 

    Designers, e aqui nos apropriando do termo em inglês para incluir tanto quem corta e costura quanto quem modela e quem desenha, servem de antenas do mundo, deste cosmos midiático que vai além de Marte e do recém-descoberto planeta formado por diamantes. Neste mundão cujas porteiras são arreganhadas pela tecnologia, a tranca é o homem. O velho e bom homem. Neste fluxo sem arritmia, caótico, múltiplo, assustador e por vezes mortal compasso voltamos também no tempo/espaço que funde e confunde a criação e sua percepção. 

     

    Em um ano em que ícones do neo-concretismo brasileiro voltaram a render manchetes – Hércules Barsotti com uma exposição de gravuras na Caixa Cultural, e Abraham Palatnik revelando obras ainda inéditas na Galeria Nara Roesler – a moda, que coisa, reagiu. 

     

    No verão 2013 (olha o future/presente), Alexandre Herchcovitch invadiu as passarelas com um canvas em branco depois pincelado com linhas, xadrezes e grafismos que já foram obsessão de muitos artistas do movimento. Marc Jacobs e Louis Vuitton, duas grifes sob comando de um mesmo homem, ecce homo, considerado um dos estilistas mais influentes da recente história da moda, dropou essa onda. Nela, a sensualidade feminina foi explorada/escancarada por meio desses mesmos elementos gráficos, para um efeito óptico final do tipo hipnotizante, caleidoscópio mental e já viral. 

     

    Se já faz um tempo que a tal ditadura fashion se auto-ejetou do circuito, rasgue sutiãs, auto-imagens, dismorfias e estéticas que se instalaram em você (na gente, me excluo dentro disso) com a mesma nonchalance de uma traça de parede ou um cupim de armário. 

     

    Aproveite o swell para finalmente escolher quem você quer ser, mude de roupa, de estilo, de personagem, e até de personalidade. A esquizofrenia saudável está na moda, ainda que sem controle. E escolha onde você quer morar, como e de que jeito. Siga suas vontades, o que inclui o modo e a moda, e também o lugar de sua nova KAZA. Onde é ou vai ser isso importa cada vez menos. #alguemavisa. 

    Kaza

    Veja mais na versão impressa da revista KAZA, edição 114

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