Nascidos em Piracicaba, interior paulista, com um pé na roça e o outro no mundo, Luiza, 29, e Gustavo, 34, cresceram vendo o pai em sua marcenaria improvisada – “um faz-tudo engenhoso, tipo o Professor Pardal”, brinca Gustavo, modelo e skatista que aprendeu a esculpir madeira nos EUA, formou-se em publicidade e cinema, e sempre investiu seus cachês em maquinário e ferramentas. Após temporada em Milão, em 2003, voltou para casa e fundou sua Woo Design, selo eco-modernex que fabrica de fruteiras a luminárias, passando por bancos e mesas que misturam rusticidade com interferências urbanas – como perfis cromáticos de metal, vidro e afins. “Me identifico com os designers antigos, marceneiros como Zanine, Tenreiro, Rodrigues. Passei a infância na zona rural, aprendi a extrair da madeira o melhor que ela pode oferecer, com responsabilidade ambiental”, diz.
Luiza, a caçula, estudou moda, colaborou com grifes como Lucy in The Sky, morou em Nova York e, em 2008, abriu sua própria marca de acessórios – balagandãs superautorais que misturam murano, cordas, cerâmica, couro e pedras. “Tudo manual, tipo moulage, conta a artista que segue uma linha “mais intuitiva, que toma forma sem se calcar em tendências fashion”. Suas bijoux fazem a cabeça da clientela em lojas descoladas como Cartel 011, em Sampa, e Conceito A, no Rio.
Já os móveis de Gustavo estão em cartaz na Sala Design. As semelhanças em seus respectivos trabalhos transcendem a herança paterna. Gustavo diz que “embora os produtos sejam bastante distintos, gostamos de mesclar materiais, cores vivas, com pegada meio artesanal, meio industrial”. Questão de DNA.