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Dolce far niente

Dolce far niente

 

Por Flávio Nogueira

 

Próximo da capital paulista, a paisagem arrebatadora e a brisa do mar imprimem ares de paraíso na casa onde a designer Monica Cintra recarrega as energias

 

 

Ao traçar um projeto espantosamente simples para uma aldeia em Pequim, o arquiteto chinês Li Xiaodong disse que “dadas as maravilhas do entorno natural, a intervenção deve ser modesta em sua expressão externa”. É exatamente essa a sensação que se tem ao imergir na casa de veraneio que a designer Monica Cintra passa seus dias de dolce far niente. Cravada no topo de uma colina no Canto da Fortaleza, em Ubatuba, litoral norte paulista, o refúgio fica camuflado na vegetação e confere em suas linhas muita originalidade e bossa rústica, sem frescuras.

 

 

 

 

 

Construído no início da década de 1990 em um terreno com mais de 3.500 metros quadrados, o retiro de veraneio tem pouco mais de 300 metros de área construída, na qual foi preservada uma grande rocha para edificar todas as estruturas e ancorar as escadas das três residências da família Cintra – um casario debruçado sobre o penhasco, como nas encostas gregas. Na área externa há um jardim generoso de bromélias e orquídeas, emolduradas por muretas de pedras antigas, árvores centenárias e uma charmosa fonte em ruínas. A varanda descortina uma vista panorâmica para toda a baía com três protagonistas que são puro sopro para alma: o sol, o mar e os golfinhos que coreografam saltos para deleite da audiência. “Nessa sacada tudo acontece: além do cenário que é quase uma fotografia viva, temos uma bela churrasqueira e um forno de pizza. Então, sempre reunimos os amigos e familiares para os almoços e jantares”, conta Monica. O décor, casual e prático, não passa batido ao tirar partido do feeling dos moradores: mobiliário modesto com perfume caiçara, muitos garimpos de depósitos antigos e demolição, com um ou outro toque de design. “O portão azul da entrada, por exemplo, foi encomendado em Minas Gerais. Gostamos de ter coisas originais da época da construção, isso traz boas recordações do meu irmão, que não está mais conosco”, conta a designer que se apropria de formas descartadas pela natureza para criar peças autorais com forte acento orgânico. Para ela, esse paraíso de pura liberdade, integração com o verde da mata e o azul do mar é praticamente uma extensão de seu ateliê. 

 

mesa Canto assinada por Monica Cintra para Usine Design, Escultura Lontra, Monica Cintra / Luminária Studio Haz, FotografiaAlfonso Zubiaga, Galeria Chroma, fruteira Rondel, da Benedixt, Câmera Lomography e Óculos Scandinavia Designs

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