Casa de Criador
Estilo de vida
O estilista Marcelo Sommer mostra a sua toca paulistana e revela parte das traquitanas domésticas que alimentam suas muitas inspirações
POR ANA PAULA DE ASSIS / FOTOS HENRIQUE PERON / PRODUÇÃO MEG BASANO
LONGE DAS PASSARELAS que o consagraram como um dos mais incensados selos da moda tupiniquim, o estilista Marcelo Sommer, vinte anos de croqui, corte, costura e estilo, já fez de tudo um pouco. Debutou no circuito rabiscando para grandes marcas como Zoomp, Calvin Klein, Vila Romana e Forum. Em voo solo, desfilou no Phytoervas Fashion, embrião da SPFW e consagrou a própria etiqueta: Sommer. Fora da grife ainda teve fôlego para assinar figurinos e cenários para artistas do calibre de Arnaldo Antunes. Polivalente, após vender a marca que leva seu sobrenome, voltou a exercitar sua verve mais criativa à frente da label Do Estilista. E deu um tiro certeiro rumo à democratização da moda ao firmar parceria com uma grande rede de hipermercados, sem preconceitos.
É no arborizado bairro do Sumaré, Sampa, nessa estilosíssima casa de 220 metros quadrados, que Sommer zipa ideias, recarrega as baterias e se reinventa cada vez mais, ao lado do companheiro Andres Zarza.
“A casa foi projetada para ser aproveitada durante todas as estações do ano, e em qualquer período do dia ou da noite, tanto na sala em volta da lareira quanto para banhos de sol no jardim durante os dias quentes como esses do verão”. Os poucos e bons amigos que possuem passe livre na morada são recebidos com festa. Quando o proprietário está inspirado, banca o mestre-cuca com a única receita que desfila em seu casting: “Só sei fazer carne de panela, sugestão da minha amiga modelo Luciana Curtis”, finaliza. Mas quem já provou, não quer saber de outro prato.
O projeto é assinado a quatros mãos pelo arquiteto Rafic Farah e pelo engenheiro Hélio Olga, expert em estruturar casas que levam estrutura de madeira. “Moro na mesma rua há quase trinta anos. Após a reforma fiz uma mudança sem caminhão, apenas troquei de calçada”. No lar, doce lar, há um mix de estilos que passa pelo vintage, urbano descompromissado, acumulativo, montanhês e caiçara com fundo de colecionismo. Sobre garimpar novas peças para incrementar o décor, Sommer é taxativo: “Dei uma parada com isso para evitar o efeito ‘brechó’ e só não resisto mesmo a uma cabeça de alce em qualquer viagem que eu faça”. Os interiores ainda levam acessórios e móveis mais contemporâneos que flertam com uma coleção de obras de arte e muita fotografia das boas. Nomes do naipe de Rochelle Costi, Marcia Xavier, Renato de Cara, Henrique Gendre e Fernando Sommer pontuam o espaço.
