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O Vale das Bonecas

 

KAZA invade as moradas paulistanas de três tops internacionais que adoram voltar para casa – e cuidar bem dela, é claro

POR MATHEUS EVANGELISTA / FOTOS FELIPE ABE E ALEXANDRE PIRANI

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Modelos – as boas, pelo menos – viajam o mundo, desfilam para diferentes estilistas e marcas. E no começo da carreira precisam enfrentar o perrengue de dividir o apartamento da agência com outras tantas meninas que tentam a sorte na passarela. Passado o sufoco, e com a tão sonhada estabilidade financeira, a primeira coisa a se fazer é ter um CEP para chamar de seu. KAZA invadiu as moradas de Michelli Provensi, Michella Cruz e Patricia Beck, tops de gerações diferentes, mas que possuem em comum o olhar apurado para o novo, um lifestyle animado e uma vida social das mais invejadas. Seja em São Paulo ou Nova York, para elas, o acesso é irrestrito – e para nós também, afinal, foi com uma pulseira VIP no pulso que entramos nas tocas das três, e descobrimos que por trás de cada porta se esconde um cantinho decorado com achados coletados mundo afora. Entre e fique à vontade!

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Patricia Beck - Catarinense de sangue, paulista de coração. A vencedora do concurso da Ford Models já fotografou com Bruce Weber para a revista Vanity Fair, pisou nas principais passarelas nacionais e internacionais e hoje, aos 27 anos, acumula em ritmo frenético, fotos, telas, esculturas e grafites nas paredes e jardins da casa onde mora, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. “Gosto de arte contemporânea, seja de um artista renomado ou desconhecido. Minha coleção é pequena, mas aos poucos vai aumentar de tamanho”, explica a moça, que é casada com o fotógrafo Gustavo Zylbersztajn, e juntos colecionam trabalhos de Bob Wolfenson, Speto, Marco Rey, Val Schneider, Catharina Suleiman e muitos outros. “Gosto de cuidar da decoração, dos móveis, de comprar e escolher as flores. Minha casa é meu refúgio”, diz Patricia, que elege a cozinha como seu local favorito, afinal, é lá que ela inventa receitas e recebe os mais chegados. Entre um compromisso profissional e outro, faz questão de cuidar do jardim, e o hobby é sempre colocado em prática na companhia de Francesca e Bresson, os dois golden retriever que por ora são os filhos do casal. “Ficar sozinha em casa é uma festa. Mudo tudo de lugar, reinvento e crio novas possibilidades. Tudo tem que ter o meu jeitinho”, explica a top. Recado dado.

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Michella Cruz - Eu e meu marido, Ricardo Bruno, estávamos procurando um apartamento maior, e acabei achando essa casa. Foi amor à primeira vista”. Em poucos meses a vida empilhada em andares deixou de existir, com direito até a jardim. “Amo essa casa porque ela é toda aberta, quem entra consegue ver o que está acontecendo. Para completar, a cozinha tem teto de vidro, com luz linda durante o dia. É o meu cômodo favorito”, explica a top, que garimpou papel de parede, cristaleira e vitrola para dar vida ao bar dos anos 1950 que está instalado embaixo da escada. Por viajar muito, quis uma parede onde coubesse tudo que mais gosta. “Tenho muitos livros, toy art e lembranças de viagem. Desenhei e mandei fazer uma estante bem grande pra caber tudo e fazer essa mistura louca que é a minha cara”, conta ela, que acabou de completar 30 anos com uma festa com dress code inspirado nos anos 1920, em um casarão de época no bairro do Ipiranga. Très chic! Michella passa os dias de olho em um novo móvel ou quadro. “Amigos sempre reparam quando há alguma coisa nova, então vamos montando tudo aos poucos, com carinho, garimpando aqui e ali.”

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Michelli Provensi - A rotina de Michelli nunca foi tão frenética, nem na época em que era recordista de desfiles das semanas de moda de SP e Rio. Ela trocou as passarelas e estúdios por palavras, e foi no apê no bairro da Bela Vista que escreveu o livro “Preciso Rodar o Mundo”, onde conta o melhor e o pior de uma das profissões mais desejadas do planeta. “Foi aqui que escrevi, descobri que gosto da coisa e de quebra aprendi a entender o tempo paulistano”, reflete a moça que está com 27 anos e já rodou o mundo. “Meu primeiro bem material nesse apê, que também é o meu primeiro – os outros dividi com 127 modelos –, foi uma vitrola que ganhei do meu pai. Funcionou como mesa nos primeiros dias, mas hoje toca meus discos favoritos.” A escritora possui obras de amigos espalhadas pelas paredes – são criações de Flavio Samelo, Alois Di Leo e Stephan Doitschinoff, outro artista do coração. Se ela trocaria a loucura de São Paulo por outra metrópole? De jeito nenhum. “Moro no centro, gosto da muvuca urbana e dos movimentos que estão acontecendo. Ésepê eu amo usted”, brinca. E quem não ama?

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