Cidadã do Mundo
O apê de Raquel Silveira, em Nova York, é a cara da dona do pedaço: chic, cool e cosmopolita, do rodapé ao teto
Por Gustav o Von Ha | Fotos Pablo Enriquez
Dos pés à cabeça recheada de boas ideias, Raquel Silveira é uma legítima cidadã do mundo. E traz de cada lugar um pouquinho de seu melhor. Viajada, linda, culta e sempre impecável, essa paulistana irrequieta deixa um rastro de glam por onde passa. A primeira vez que a vi foi numa festa em São Paulo, em 2004. Desde então frequentamos a casa um do outro e uma relação de admiração mútua se estabeleceu. Muito além do papel de figurinha expressiva do high society, a arquiteta assinou bons projetos antes de chegar ao posto de idealizadora, criadora e executora da Mostra Black, a exposição de décor e estilo que este ano chega à quarta edição consecutiva já com o status de principal referência do setor. Por trás do projeto estão o trabalho duro e o faro fino para coisas que um dia se tornarão tendências. Como artista posso falar sobre o lado esteta da Raquel, uma das poucas pessoas que conheço com um olhar tão apurado para as artes quanto para outros segmentos da vida. Basta entrar em uma das suas casas, seja a de São Paulo ou a de Nova York, para rapidamente constatar isso. Se quiser conhecer alguém de verdade, conheça a casa dessa pessoa.
Plantado numa das melhores regiões de Manhattan, seu apartamento em Nova York, cidade que considera sua segunda casa, diz muito sobre ela. Do hall de entrada aos quartos, o apartamento é um lugar sóbrio e tem uma atmosfera descontraída, ao mesmo tempo elegante e imponente. O living–biblioteca é todo revestido de madeira, com mobiliário exclusivo e cheio de obras de arte misturadas a peças raras, como miniesculturas de jade da China do século 18. Quando voltei de viagem, fiquei alguns dias pensando sobre a maneira como ela relaciona arte, objetos e mobiliário. Entendi que decoração é a organização de boas vivências. Raquel é assim. Sempre deixa um pouco dela nos outros, como acontece com as mulheres notáveis.