Gente

Batida perfeita

No apartamento compacto do jovem cardiologista Jamil Cade, arte contemporânea, design fresh e bons amigos por perto pulsam na mesma sintonia

Por Allex Colontonio | Fotos Alain Brugier | Produção Regiane Mancini

No apartamento compacto do jovem cardiologista Jamil Cade, arte contemporânea, design fresh e bons amigos por perto pulsam na mesma sintonia

Capixaba radicado em Sampa, Jamil Cade mudou-se para cá de mala, cuia e estetoscópio há cerca de 15 anos, para firmar sua residência médica. De lá para cá, concluiu os estudos nos EUA e transformou-se num dos cardiologistas mais respeitados do Olimpo paulistano, muito antes dos 40 anos. Também arrasa corações com suas fotografias, hobby que abraçou desde a adolescência e que leva quase tão a sério quanto a sua profissão – tanto que chegou a abocanhar alguns prêmios com cliques que recortam a natureza e o cotidiano em ângulos inusitados.

No apartamento compacto do jovem cardiologista Jamil Cade, arte contemporânea, design fresh e bons amigos por perto pulsam na mesma sintonia

Compacto, leve, despretensioso e marcado pelas suas digitais, o apê de dois quartos nos Jardins diz muito sobre um estilo customizado e vibrante de morar, mas sem muito apego aos modismos. Lá estão suas referências, seus brinquedos prediletos (como toys e máquinas fotográficas) e os amigos que sempre enchem a casa para o “esquenta”. Entre eles, Thomaz Saavedra, ponto cardeal entre os novos antiquários paulistanos, responsável por boa parte do décor que compõe a morada do Dr. Cade: do pôster sessentista de Kim Novak com moldura laqueada de vermelho-cereja à mesinha de jacarandá.

No apartamento compacto do jovem cardiologista Jamil Cade, arte contemporânea, design fresh e bons amigos por perto pulsam na mesma sintonia

A outra metade, foi garimpo intuitivo com participação especial dos arquitetos, decoradores, jornalistas, estilistas e outros modernetes que são habitués do endereço. “Resolvi morar nesse apartamento menor por achar que ele é do tamanho ideal da minha vida. Trabalho demais e quando volto para casa quero encontrar um lugar confortável, aconchegante e sem frescuras, para ler, pesquisar, relaxar e reunir poucos e bons em jantares informais”, conta. Nessa levada, a casa vai se transformando com o dono do pedaço. Recentemente, trocou o sofá do living por um portentoso Chesterfield marrom, “um sonho antigo” que contracena com a luminária Castiglione que o acompanha desde seus primeiros dias na Pauliceia.

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Pelas paredes (uma delas revestida por azulejos neoconcretistas da Pavão em grafismo p&b), suas próprias fotos dividem espaço com trabalhos de gente que admira. A principal delas é a obra de Rodolpho Parigi, que retrata a simbiose de tórax e cérebro em forma de coração, uma analogia ao seu ofício. Pertinho dali, na sala de jantar, a mesa Saarinen com cadeiras pretas Bertoia faz a transição entre o living e a cozinha americana. O toque brasuca fica por conta do sofá de pés-tesoura na sala de TV, atribuído a Zanine Caldas, da banqueta L’Atelier, da mesa lateral de Fernando Jaeger, do tapete By Kamy e da poltrona retrô da Loja do Teo.

A mesa lateral e o abajur da Moooi endossam a parabólica do médico, que é apaixonado por viagens e mistura tudo do jeito que gosta, sem grandes pretensões. “Sempre que posso, trago algo de fora para a minha casa, seja um regador, seja uma luminária”, conta. Enfim, tudo do jeito dele – e de ninguém mais. Os amigos, incluindo este que vos escreve, aprovam.

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