Um dos maiores nomes do concretismo e da fotografia abstrata no Brasil, Geraldo de Barros (1923-1998), invade a terra da rainha. A mostra do artista leva o nome “Geraldo de Barros: What Remains” e é composta por imagens das séries Sobras (1996-98) e Fotoformas (1946-51). A expo traça um paralelo entre os dois momentos da vida e obra do brasileiro. Esta será a primeira individual do fotógrafo em Londres, na The Photographer’s Gallery, e estará sob a curadoria de Karen McQuaid e de Isobel Whitelegg, especialista em arte moderna e contemporânea no Brasil.
Uma das principais figuras da arte e do design brasileiro, Barros começou sua carreira como pintor em sua cidade natal em Chavantes. Aos 23 anos, foi aprendiz do pintor Clóvis Graciano e, em 1948, participou do Grupo XV com um trabalho fortemente influenciado pelo expressionismo. Sua primeira câmera foi uma Rolleiflex adquirida em 1939, mas só em 1949 é que começou a explorar as possibilidades da fotografia ao entrar no Foto Cine Clube Bandeirante. Suas pesquisas em fotografia o fizeram experimentar com múltiplas exposições, rotações de câmera, pinturas e alterações diretas no negativo do filme para conseguir imagens abstratas. O resultado foi a série Fotoformas que foi exposta no MASP, em 1950. O segundo período de intervenções fotográficas do artista veio somente no final de sua carreira; o resultado foi um trabalho de colagem em fotos antigas do acervo pessoal da família que levou o nome de Sobras.