Deslocamento da pintura

Expo

Artista carioca apresenta individual repleta de cores e tridimensionalidade

POR FLÁVIO NOGUEIRA

Para encerrar o calendário das artes de Belo Horizonte, a galeria Celma Albuquerque exibe a partir de 14 de novembro, a exposição individual da artista carioca Elizabeth Jobim. Para a mostra, Jobim, apresenta “Blocos” - aquarelas geométricas que ganham formas tridimensionais, e se deslocam para os suportes de esculturas e instalação, formando um crivo penetrável, onde o expectador poderá fazer o trajeto livremente, num caminho guiado pela atração cromática de cada volume.

Presente e marcante em sua produção, o azul, agora reparte espaço com outras cores: uma paleta de nuanças vibrantes e outros em tons terrosos harmonizados sempre com o branco. Cada bloco embolsou apenas uma tonalidade, que ora aparece plana, quando apenas uma das faces está no campo de visão do visitante, ora volumosa, quando mais de uma face do bloco está visível.

“Este novo momento da obra, já vinha amadurecendo há algum tempo, com os planos de cores se avolumando e se deslocando na superfície da pintura. Neste salto dos ‘Blocos’ – que remetem aos objetos ativos de Willys de Castro e também aos objetos específicos de Donald Judd – a estrutura geométrica fica mais solta, assumindo uma base mais frágil e menos impositiva. As relações de cores são criadas nos intervalos pelos quais o espectador caminha e a apreensão integral da forma instalada só se dá por partes e de modo fragmentado. Os ‘Blocos’ são arejados, vibram com a presença da cor e deixam o olhar caminhar de modo sereno e sem pressa”, explica Luiz Camillo Osório, professor de história da arte e curador do MAM-RJ.

Blocos - Beth Jobim
Celma Albuquerque Galeria de Arte
Período: 14 de novembro a 14 de dezembro
Rua Antonio de Albuquerque 885 | Belo Horizonte - Minas Gerais
(31) 3227 6494
Segunda à sexta de 9h às 19h. Sábados de 9h30 às 13h