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Arte em Pauta

 

Saiba tudo sobre a palestra “viver com arte” que aconteceu no penúltimo dia da PARTE

POR JÉSSICA FERRARA

Intermediada pelo nosso diretor de redação, Allex Collontonio, o debate VIVER COM ARTE que rolou na tarde de sábado, 09/11, com José Marton, Gustavo Von Ha e Cynthia Garcia, deu o que falar. A palestra teve como ponto principal, em um bate-papo super leve e ao mesmo tempo polêmico, a relação dos artistas plásticos com questões como o superávit do consumo, a rotulação da arte com as tendências, as obras nos cárceres privados dos colecionadores e, claro, o que é arte, afinal.

“A arte vai muito além da relação estética com o morador e seu território: ela demonstra – ou pelo menos dá pistas – de quem a pessoa realmente é, da personalidade de quem escolheu conviver com ela. Mas, muitas vezes, esses valores acabam deturpados pelos superávit do consumo, pela aquisição da arte como investimento ou status, não pela paixão de colecionar”, Allex Colontonio comenta e faz o entrée para a discussão.

Com experiências muito vastas com diferentes frentes de consumo, na opinião do colecionador, artista plástico, designer e cenógrafo José Marton, a relação das pessoas com a arte é de uma linha muito tenuê, ou tendendo para o status, ou do “viver” da arte, de transcender qualquer relação financeira que a obra tenha. “Eu vivo de arte, eu respiro. É maravilhoso poder chegar em casa e ser totalmente preenchido pelas minhas obras”, conta o esteta que tem mais de 600 obras no acervo, 250 delas expostas em casa e abertas ao público mediante hora marcada.

Gustavo Von Ha, um dos artistas plásticos mais aquilatados da nova geração, representado pela top Galeria Leme, expressou sua opinião sobre a ideia do público querer uma arte “rebaixada”, em um nível mais popular: “A arte deve ser acessível na questão financeira, é claro. Mais conceitualmente, o ideal seria ao contrário: ela deve ser elevada para tocar a alma das pessoas, ter um acesso mental mesmo. É importante que as pessoas busquem entender a arte e se elevem ao seu nível”

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Abordando a questão da subjetividade do bom gosto, Cynthia Garcia engressou no debate com a frase icônica de uma das mais poderosas editoras de moda, Diana Vreeland: “Bom gosto é melhor que mau gosto, mas mau gosto é melhor que gosto nenhum”. Com opniões fortes sobre a legitimididade da arte, a jornalista demonstrou que a arte, na verdade, é feita pelos olhos do admirador, é algo extremamente particular. “Eu tenho um convívio um pouco mais romântico com a arte, menos mercantilista. A obra tem que me estremesser, me emocionar. Quando eu vejo uma peça artística que eu quero, eu salivo, eu transpiro”, complementa Cynthia, dizendo que para uma obra ser arte não existem limites.

Sobre a popularização da obra “Bichos” de Lygia Clark, reeditada em móbiles e adereços pela marca fashion Uma, Cynthia Garcia, que foi amiga pessoal de Lygia, disse que “talvez Lygia não gostasse dessa banalização”. Allex questionou: “A arte é para a posteridade e, de certa forma, essa nova ramificação ajuda a perpetuar o trabalho dela”, finalizou Allex Colontonio, reforçando que a arte deve ser atemporal e não rotulada pelas tendências. “Quando o artista vende uma obra, ela deixa de ser dele e passa a ser do outro”, conclui Marton.

 

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