Satyendra Pakhalé in Design Miami
Traçado indiano marca presença na expo mais badalada das artes
Por Jéssica Ferrara
A Design Miami, uma verdadeira celebração da cultura do traçado e comércio, reúne os mais influentes colecionadores, galeristas, designers, curadores e críticos de todo o mundo. Ocorrendo ao lado da feira Art Basel , a expo tornou-se local de excelência no segmento.
Realizado todo mês de dezembro desde 2005, o fórum mundial do design deste ano irá para a sua 8ª edição, incluindo galerias consagradas, que apresentam exposições com qualidade de museu e peças extremamente contemporâneas, como a Gabrielle Ammann Galeria, que apresenta projetos de Satyendra Pakhalé.
O versátil designer indiano, desde 1998 traz para os seus projetos um conjunto de novas perspectivas e uma diversidade de conexões culturais inovadoras. “A minha inspiração, na verdade, é o próprio processo de criação. Ela é um processo contínuo, uma idéia leva a outra e um projeto leva ao seguinte”, conta Pakhalé que, muitas vezes, tem insights que evocam pensamentos e ações criativas, “levando a uma peça que tem vida própria”.
O designer explicou que cada peça tem o seu próprio início e curiosidades específicas, mas deu destaque para algumas em especial, como a B.M. Horse Chair, resultado de sete anos e meio de pesquisa e desenvolvimento persistente, resultando em uma cadeira exclusiva e inovadora, com uma combinação de antigos e novos materiais e tecnologias. Assim como a Flower Offering Chair, que é feita de cerâmica e possui um ar refrescante, a Alu-Rocking com a sua forma sensual e cheia de movimento, também é um destaque, convidando-o a tocar e sentir a beleza de seus contornos.
Quando questionado sobre a relação da tecnologia e do design em suas peças, Satyendra Pakhalé explicou que considera a profissão de design uma expressão do verdadeiro otimismo humano, que é motivado, acima de tudo pelo social, pelo tecnológico e pela visão puramente criativa. “Tecnologia e design sempre estiveram relacionados, porém, talvez a ligação seja mais evidente nos dias de hoje. Algumas tecnologias tornaram-se relativamente mais fáceis de traduzir idéias de projetos, porém ainda estão em um estado embrionário e há muito a percorrer até que todas essas tecnologias se tornem super intuitivas para qualquer processo criativo.”
Para o gran finale, a Kaza perguntou ao designer se em algum momento da carreira ele tinha se inspirado ou dado uma atenção especial para algum elemento da cultura brasileira. Pakhalé respondeu que sempre foi inspirado pela pluralidade e pela diversidade: “A cultura brasileira sempre me fascinou por esse motivo. Mesmo antes da minha primeira viagem ao Brasil, eu estava profundamente curioso sobre a vastidão, a diversidade e as expressões culturais. Desde então, cada viagem para o Brasil tem sido um grande impulso para mim. Pessoalmente, eu adoraria iniciar e contribuir para projetos brasileiros, que sempre são fascinantes.