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Sem fronteiras

  • Sem fronteiras

  • por Allex Colontonio fotos Denilson Machado


    Apartamento paulistano arquitetado por Guilherme Torres traduz a estética contemporânea de morar: rigor modernista, sotaque cosmopolita, pimenta vintage e os dois pés no futuro

  • Sem Fronteiras

    Enfant terrible da arquitetura e do décor contemporâneo, o paranaense Guilherme Torres sequer saiu da casa dos 30 anos e já é apontado como uma das pranchetasmais expressivasde sua geração. Na última década, seus projetos retro-futuristas que condensam arquitetura sólida, de grande rigor modernista, com recheios personalizados e pimenta vintage, reverberaram em sites, blogs e impressos gringos que vão da Ásia ao Leste Europeu – são mais de 40 capas de livros e revistas mundo afora, boa parte deles com títulos quase impronunciáveis, diga-se. “Penso primeiro no volume. O que vem na sequência é perfumaria”, diz sobre a mistura de design moderninho com peças de garimpo, traquitanas vintage, mobília autoral – ele é designer de mão cheia – e outros que tais que recheiam suas formas retas, puras, mínimas, rasgadas por grandes planos de vidro ou treliças – sempre com muito oxigênio e poucas convenções.

  • Kaza

    O apartamento paulista que estampa essas páginas é uma nesga de seuestilopop e sui generis que cabe em qualquer lugar do mundo. Encomendado por um jovem casal com filhos pequenos, o imóvel típico dos anos 1980 localizado no bairro de Moema, zona de sul de São Paulo, possuía originalmente poucas aberturas, com muitos problemas de luz natural e planta bastante compartimentada.

    Sem Fronteiras

    Com sede de espaço, os moradores encomendaram ambientes mais amplos, com materiais atemporais e efeito impactante – a especialidade do sujeito que carrega no corpo mais de uma dezena de tatoos descoladas que estabelecem links tangíveis com as obras que assina.

    No extreme makeover, Guilhermevarreu paredes e cavou novas circulações nos 300 metros quadrados do endereço, reconfigurou sistemas elétricos e hidráulicos, subverteu a ordem das coisas, reinventou as fronteiras sociais.

    Sem Fronteiras


    Espaços generosos e poucas setorizações deixam o layout mais dinâmico, uma releitura da integração que é a cara da nova estética da vida urbana, marcada por matéria-prima tecnológica (cimento queimado, corian, limestone).Um dos pontos altos do décor é a day-bed gigante de Philippe Stark para a Cassina, espécie de ilha que cria um ponto focal e organiza toda a área de estar. Outros achadosimportantes daqui e de fora, como a luminária italiana de GaeAulenti, a chaise Jangada, de Jean Gillon, as luminárias do inglês Tom Dixon, as mesinhas de centro traçadas pelo próprio arquiteto, contracenam com arte colorida de primeira, como os trabalhos de Lucio Carvalho e Hércules Barsotti.

  • Kaza

    A personalidade de quem vive ali é de verdade, sem forçar a barra, já que muitos elementos foram sugeridos pelos próprios clientes. “Eles trouxeram de viagem um recorte de revista com um ambiente forrado de madeira e pediram algo similar. Dito e feito: a caixa de madeira de demolição ocultou a porta do hall de entrada, lavabo e home teather, criando um elemento cênico realçado pelo toque de humor da catraca de ônibus da Dbox”, conta. Pintada de vermelho, a simpática sucata sugere que, por ali, só poucos e bons são bem-vindos – quando devidamente credenciados, é claro.

     

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