Projetos

AZUL DA COR DO MAR

 

Casa de praia em Paraty, no Rio de Janeiro, aposta no décor neutro para abrir alas a uma magnífica paisagem natural

POR FLORA MONTEIRO | FOTOS FRAN PARENTE

AZUL DA COR DO MAR

Além da água cristalina e da natureza estonteante, as praias que povoam a costa brasileira entre Angra dos Reis e Paraty, no Rio de Janeiro, escondem também costumes particulares e hábitos aquilatados. Reduto de veraneio de famílias abastadas, o pied-à-terre – onde tudo e todos estão, literalmente, a dois passos do Paraíso – guarda condomínios luxuosíssimos com casas e lanchas cinematográficas se enlaçando por terra e mar e personalidades estreladas arrematando o cenário glamoroso diante do qual plateias não são bem-vindas. Por ali, os entardeceres de domingo são saudados com uma revoada de helicópteros, que resgatam os habitués de seus momentos sabáticos. Para velejadores em busca de mares pacatos e ventos intensos, a região tem um motivo a mais para cativar. Não foi à toa que um casal amante da prática esportiva escolheu esse pedaço de terra para enraizar sua morada de férias.   

 O projeto arquitetônico ficou a cargo de Fernando Sá Moreira – queridinho daquelas bandas, ele já desenhou mais de 15 residências na região, quase todas com a fachada definida por traços bem geométricos – e o de interiores, nas mãos do veterano Dado Castello Branco. Figura onipresente na arquitetura tupiniquim, adepto das tonalidades claras e dos elementos naturais, Dado sabe, melhor do que ninguém, fazer bonito com as sutis variações de escalas, criando layouts “chiquetérrimos” e autorais. A casa em questão é a mais perfeita tradução do estilo desse mestre. "O objetivo maior foi criar um ambiente leve, explorando a luz natural, valorizando a vista e a natureza, com uma base neutra e acolhedora", explica Dado.  

Com 450 metros quadrados divididos em dois pavimentos, a morada foi projetada inteiramente de frente para a marina, como se agradecesse com os braços abertos ao cenário natural magnífico que se exibe diante dela. Já a piscina de borda infinita beija – ou parece beijar – a imensidão azul do mar. No piso inferior, os ambientes sociais, compostos por living, home-theater e terraço, foram integrado sem uma sala única com vista total e sem obstáculos para o entorno, enquanto que, no andar superior, as quatro suítes e o escritório ganharam janelões voltados para o píer. Tudo milimetricamente pensado para deixar os anfitriões em contato direto e permanente com a natureza. 

O primeiro passo rumo ao interior da maison já revela a preferência de Dado por espaços amplos para a livre circulação e por uma atmosfera aconchegante e descontraída. O hall é simples assim: um enorme corredor com paredes brancas, decorado com um banco de madeira do artesanato local e com uma obra de Sérgio Sister. “Optei por ambientes com poucos móveis e com pequenas variações de tons e materiais para que a casa ficasse em sintonia, e não em confronto, com a paisagem”, explica Dado. Na área térrea de convivência social, o branco reina com primazia, pintando dos estofados das poltronas, sofás e cadeiras às cortinas que escorrem diante das enormes janelas. Para dar um toque refinado e caloroso, madeira e fibra natural, quase que em estado bruto, dão formas a pufes, mesas de centro, baús e acessórios e contracenam com o fundo claro de maneira harmônica. Para arrematar, em alto e bom tom, a tela de Paulo Pasta em gritante tom de azul se faz onipresente no espaço. E é assim, com maestria e elegância, que a casa se coloca como elemento coadjuvante em uma espetacular paisagem natural, na qual o mar merece ser o protagonista.

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