Projetos

TRIÂNGULO MINEIRO

 

Em Uberlândia, cercado por pomares, o volume arquitetônico purista é cortado por jardins internos com grande ventilação cruzada e ares de oásis

POR CYNTHIA GARCIA | FOTOS LEONARDO FINOTTI

TRIÂNGULO-MINEIRO

A expressividade da arquitetura minimalista está na pureza de suas linhas aliada à funcionalidade do projeto. Ledo engano de quem diz ser tarefa fácil a do arquiteto que busca o ângulo reto das formas cúbicas e retangulares, e uma gama reduzida de materiais para erguer a construção. Ao contrário, trata-se de um profundo exercício de redução de formas e economia de artifícios. Hoje, além das questões projetuais, de custos e estética, é impensável projetar sem soluções sustentáveis que irão influenciar diretamente na relação da casa com o bem-estar dos moradores e, fundamental, identificar os materiais e sistemas ideais para minorar seu impacto no meio ambiente, presente e futuro.

Alexandre Aguirre, o arquiteto dessa casa, uniu o conceito minimalista às necessidades de sustentabilidade através de três pontos principais: a maximização da iluminação natural, a implantação no terreno tendo em vista a insolação e a boa qualidade da circulação do ar interno. “Como Uberlândia é quente, a parte íntima foi posicionada a leste, beneficiando-se do sol da manhã, já a social, voltada ao sul, fica isenta da insolação. Projetamos jardins internos para criar uma ventilação cruzada, evitando o uso frequente de ar-condicionado; espelhos d’água, que possibilitam o resfriamento do ar externo, contribuindo para o conforto térmico dos ambientes; e um pomar com mangueira, coqueiro, mexerica, pé de laranja, legumes e ervas aromáticas”, explica o jovem mineiro, natural de Uberlândia, à frente da Aguirre Arquitetura. Filho de um pecuarista e de uma artista plástica, ele se formou na Universidade Federal do Triângulo Mineiro, e se especializou em estruturas metálicas ao cursar a Universidade Politécnica da Catalunha, em Barcelona, em 2005. “Tenho grande admiração por Santiago Calatrava (arquiteto espanhol e um dos maiores do mundo). Viver em Barcelona, um celeiro de novos arquitetos que pensam a arquitetura sustentável, foi fundamental na minha formação”, diz.

Plantada em meio a um terreno de 3.900 metros quadrados, essa casa térrea de área de 882 metros quadrados, com três suítes, representa um sonho. A família, um casal mais velho e a neta, vivia em um apartamento sonhando com uma casa e maior qualidade de vida. Já tinham investido em cinco lotes adjacentes no condomínio fechado de Villa do Sol, no Jardim Karaíba, área nobre de Uberlândia – faltava apenas o arquiteto quando seus caminhos se cruzaram. “Foi uma ótima experiência, nada foi mudado da proposta original”, revela Alexandre. Rolou tudo tão bem que ele convidou o fotógrafo e colega na faculdade de arquitetura, Leonardo Finotti – autor das fotos nesta bonita matéria –, e, juntos, editaram um livro de 92 páginas, na Blurb Books, plataforma digital de ponta em São Francisco, Califórnia. O assunto? As fotografias dessa casa minimalista com know-how mineiro. Final feliz, não é mesmo?

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