Projetos

Very new yorker

Elegante, funcional e despido de qualquer excesso, o apartamento, projetado por Arthur Casas no Chelsea

 Por Cynthia Garcia | Fotos Fran Parente

Very new yorker

O High Line, primeiro jardim público suspenso de Nova York, demorou bom tempo para ser aprovado pelo red tape (burocracia) dessa metrópole fascinante. Em 2005, foi sancionado tendo o escritório Diller Scofidio + Renfro à frente da arquitetura e a James Corner Field Operations a cargo do paisagismo. No mesmo ano, o MoMA exibiu uma mostra sobre o revolucionário conceito de sustentabilidade que encantou os nova-iorquinos, especialmente os de Chelsea, presenteados com uma área de lazer verde, ao ar livre, suspensa e vertical, graças à brilhante reutilização da antiga via ferroviária dos anos 1930, desativada em 1980. O projeto deu um up no bairro frequentado por diferentes tribos atraídas pelas galerias de arte, butiques e  restaurantes étnicos, que tem marcos da cidade como o Chelsea Market e o FIT (Fashion Institute of Technology), uma das melhores faculdades de moda do planeta. 

Very new yorker

É no coração do bairro que está fincado esse apartamento com assinatura na reforma e decoração do arquiteto paulistano Arthur Casas que, coincidentemente, tem a filial norte-americana de seu escritório não longe dali, na Rua 27, entre a 10ª e a 11ª avenidas. Em 2009, desde a inauguração da primeira seção do High Line – a última está prevista para este ano –, o Chelsea vive uma explosão imobiliária com projetos de notáveis da arquitetura mundial, como Shigeru Ban, Jean Nouvel e Frank Gehry, e uma invasão de celebridades como Cameron Diaz, Kate Winslet, Katie Holmes, Nicole Kidman e Chelsea Clinton, filha do ex-presidente americano, que resolveram fazer da região seu endereço em Manhattan.

Very new yorker

Foram as frequentes viagens à Big Apple que levaram esse empresário paulista a se decidir por um endereço aqui. Os 200 metros quadrados do apê estão distribuídos em uma planta tipicamente nova-iorquina. Após o pequeno hall de entrada, a área social, toda em piso de carvalho, integra a cozinha em aço escovado da marca italiana Schiffini ao espaço reservado à mesa de refeições e ao estar, banhados pela luz natural de três janelões. Os outros ambientes são o home-office, o quarto do casal de filhos adolescentes e a suíte máster com closet. As peças do décor, a maioria adquirida em Nova York, privilegiam o conforto e o despojamento em tons terrosos com design moderno vintage dos dois hemisférios, desde brasileiros como Sérgio Rodrigues e Joaquim Tenreiro, ao americano Warren Platner e à francesa Charlotte Perriand. Nas paredes, poucas mas ótimas assinaturas da arte moderna, como Alexander Calder, e das contemporâneas, Jean-Michel Basquiat e Takashi Murakami. “Desenhei esse apartamento para um amigo com arte e mobiliário de vários lugares até porque Nova York é uma cidade cosmopolita”, diz Casas. Sem excessos, elegante, funcional, em suma, very new yorker.

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