Fusion style
Marco Viterbo e Clarissa Strauss assinam a arq-décor tipo exportação deste apê com direito a peças dos irmãos Campana
Por Cynthia Garcia | Fotos Alain Brugier
Esse apartamento no Upper East Side de Nova York vem a ser a fusão de dois imóveis adjacentes que, somadas as áreas, perfaz aproximadamente 220 metros quadrados. A história é interessante. O designer de interiores Marco Viterbo e a arquiteta Clarissa Strauss foram contratados para reformar o apartamento de cerca de 100 metros quadrados – que chamaremos de A –, nas proximidades da Madison Avenue, que a família adquiriu para suas viagens à cidade. Passado um tempo, o apartamento vizinho de parede – identificado como B –, um pouco maior, com 120 metros quadrados, foi posto à venda. O apartamento A estava pequeno para a família que aumentava. Era uma ocasião única. Além disso, os imóveis nessa região, a mais cara da ilha de Manhattan, são disputadíssimos, é o quarto pé quadrado (a medida americana que equivale a 3.28 pés para 1 metro) mais bem cotado que há no mundo, em valores atuais, em média US$1.282, cerca de 24% mais caro do que no mesmo período, em 2013, mas chegou a US$ 1.695 o square feet (pé quadrado), em 2009, segundo dados oficiais. No setor imobiliário de Nova York, o céu é o limite.
Mas havia outra questão que acrescia valor e ampliava a aura do apê B. Ele fora reformado pelo antigo dono por uma das maiores arquitetas dos EUA, a sino-americana Maya Linn, 55 anos. É como se o Oscar Niemeyer ou Vilanova Artigas ou Paulo Mendes da Rocha, alguém desse nível, tivesse assinado a reforma. Em sua carreira, Linn, que também é escultora e faz landscape art (arte que usa a paisagem como mídia), raramente faz reformas residenciais. Sua especialidade na arquitetura é projetar monumentos nacionais. A profissional de pais nascidos na China, que cursou arquitetura em Yale, um dos mais prestigiados centros acadêmicos, emocionou os EUA, em 1982, quando ela, aos 21 anos, a mais jovem participante, venceu a concorrência para o projeto do Vietnam Veterans Memorial em Washington, D.C., na região chamada The Mall, eixo principal da capital do país mais importante do planeta. Quem visitar os Obama verá o monumento projetado por Maya Linn. Só isso.
“O apartamento era belíssimo, os acabamentos impecáveis”, conta com admiração o profissional mineiro, convidado nessa segunda fase a integrar os dois imóveis, que agora ficaram com cinco quartos. “O que fiz foi adequar as linhas arquitetônicas, seguindo o minimalismo de Maya Linn, com os mesmos revestimentos que ela usara. Quebrei umas paredes para integrar os espaços, por exemplo, o estar do apartamento A e o quarto de casal viraram a biblioteca”. E a decoração? “Em termos de mobiliário, selecionei apenas design 100% italiano. Corremos os antiquários da cidade, fizemos um acervo de peças orientais de excelente procedência e compramos boa arte contemporânea para as paredes”. Em Nova York: the sky is the limit!