A casa da árvore
Em Avaré, interior paulista, Esther Giobbi decora um refúgio inusitado sobre as palafitas de uma represa. Sopro de estilo que leva a sério as lúdicas casinhas das árvores, como aquela das fábulas do Peter Pan
Por Allex Colontonio | Fotos Tuca Reinés
O lugar tem cheiro de mato fresco e gosto de doce de leite: Avaré, estância turística a algumas horas de São Paulo, erguida sobre as palafitas de umarepresa – o que só reforça o clima de “expedição na floresta” do refúgio. De cara percebe-se que a construção de madeira tem arquitetura simples e despretensiosa com seus telhadinhos de águas verdes e corpo robusto. Com volumes gêmeos de apenas um andar, que se conectam por passarelas e uma grande escadaria central, a cerca de seis metros do nível do chão, “a ideia é que ela esteja flutuando na paisagem”, conta a chic Esther Giobbi, profissional referência do panorama nacional, que traz no portfólio obras classudas como o projeto do restaurante Charlô e a restauração do Jockey Clube de São Paulo. “Na infância passei todas as minhas férias na fazenda, então tenho uma ligação muito forte com a terra. É perfeito para recarregar as baterias”, diz sobre o seu coté rural e a intimidade imediata que estabeleceu com o projeto.
Os proprietários, uma família urbana jovem e descolada que tinha o sonho de ter uma segunda casa no country side paulistano, confiaram seus desejos à empresa paranaense Casa na Árvore, especializada em construções pré-fabricadas de madeira; e os interiores ao olhar elegante – e aconchegante – de Esther.
Por lá, ela deixa claro o quanto o mínimo é o máximo, com a aura vintage que pedem os ares campestres. Sobre as bases rústicas, com inspiração na natureza que circunda a propriedade, apostou em peças customizadas, como a poltrona Egg, clássico escandinavo de ArneJacobsen, em look tipo Ralph Lauren, com couro de vaca, e a poltrona de estilo garimpada no antiquário de Juliana Benfatti, que tem pés e estrutura de chifres. Mantas, almofadas, baús e arandelas de sua própria loja, o Studio Esther Giobbi – endereço de fino trato da Pauliceia –, completam o clima.
Debruçado sobre a paisagem, o deque de madeira é um observatório do paraíso campestre com pegada de Terra do Nunca. Por ali, a ordem é apenas relaxar, deixar os olhos se perderem no horizonte e, é claro, não crescer nunca mais.