Projetos

Choques essenciais

Marcada pela modernidade e pela estética de hits irresistíveis, a residência paulistana de Fábio Morozini é um convite à inspiração – e é a confirmação de uma estrela que desponta no circuito do décor

Por Adriana Brito | Fotos Romulo Fialdini

 

Maurice Merleau-Ponty escreveu que a arte é a eterna novidade do mundo. Pois a afirmação do filósofo francês cabe em medidas exatas na essência do arquiteto Fábio Morozini, dono do apartamento localizado em São Paulo que abriga um acervo de referências múltiplas e visual arrebatador. Na planta reformulada por ele, composta por suíte máster com closet e sala de banho, além de quarto de hóspedes, escritório, varanda e living integrado à cozinha e à sala de jantar, cada peça recebeu atenção redobrada.

Já na entrada, ao lado da porta com estrutura de aço e vidro blindado, o quadro do jovem brasileiro AVAF, adquirido durante uma visita à Art Basel de Miami, divide espaço com a pintura da artista plástica Tomie Ohtake. Da cozinha – onde um anfitrião declaradamente festeiro anima os amigos com as receitas de família – para o living, ganham notas o painel assinado pelo fotógrafo Felipe Morozini, irmão do arquiteto, a bandeja-bar de acrílico colocada sobre o aparador e a bicicleta da BMW, aposentada recentemente dos passeios pela cidade para fazer bonito no décor.

Para Fábio, a arte tem em si valores únicos, entretanto quando é contextualizada com outros elementos da casa passa a ter também a personalidade daquela pessoa. “No meu caso, como gosto de plantas e flores procuro coordená-las com tudo. No hall, por exemplo, a cadeira francesa e o espelho italiano, ambos do século 19, receberam a companhia do vaso de orquídeas apoiado sobre a cômoda de pau-brasil. Ficou ótimo.”

Em meio ao tour é impossível não notar a fotografia de tamanho monumental idealizada pela colombiana Adriana Duque, da série Maria, que cobre quase toda a parede de espelhos da sala de jantar. Iluminado pelo lustre francês de cristais, que amplia ainda mais a força do olhar intenso da menina, o retrato evidencia a paixão de Fábio pelo assunto. “Sou atento ao que acontece no circuito, converso com galeristas e leio bastante. E para esse projeto busquei perspectivas e materiais inéditos. Tive que ser cuidadoso, afinal, fui o meu cliente mais difícil”, diverte-se.

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