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Com pinceladas de preto que vão dos vasos ao mobiliário, passando pelos pets que habitam o pedaço e pelas bolachas de vinil colecionadas pelo morador, o jovem arquiteto Eduardo F. Correia assina projeto masculino inspirado nas bases do Modernismo

Por Ana Paula de Assis | Fotos Alain Brugier

 

Natural de Taquaritinga e formado em Arquitetura pela PUC Campinas, aos 35 anos o arquiteto Eduardo F. Correia é uma das gratas promessas da nova geração. Depois de passar seis anos na labuta com execução de obras, ele montou o próprio QG no interior – que ainda este ano também terá sucursal na capital paulista (mais no site efcarquitetura.com.br).“Trabalho desde o segundo ano da faculdade com projetos arquitetônicos”, relembra. Nas páginas de KAZA, ele estreia com o apê de 102 metros quadrados, localizado na região central de São Paulo. A simpática toca, que teve o layout todo reconfigurado – da casca ao recheio – serve de morada a um jovem advogado do mercado financeiro fã de MPB, purista, daqueles que colecionam LPs de vinil e os deixam à mostra. Para dar novos ares à casa, um quarto da antiga composição foi anexado à sala e à cozinha. “A decisão de integrar os espaços já era dele, eu apenas formalizei”, explica. Uma parede foi transformada em balcão (bar) e uma bancada baixa, para o uso geral, que ocupa toda a extensão do living. O processo de descascar as vigas e as colunas das paredes demolidas demarca a principal intervenção no espaço. O profissional também propôs ladrilhos hidráulicos para o piso da sacada e frente do balcão, porcelanato Portobello na cozinha e restauro do piso de tacos, de madeira ipê, originais do edifício da década de 1960.

O décor é equilibrado com uma dose bem editada da fina-flor da movelaria nacional, como a mesa de Paulo Alves, o home theater by Marcelo Rosenbaum, as cadeiras Paulistano de Paulo Mendes da Rocha, o banco Sonia (em preto, claro), as poltronas Kilin e a consagrada Mole, do mestre Sergio Rodrigues. Para a transição entre o home theater e o estar, o arquiteto lançou mão do sofá suspenso assinado pelo jovem designer Paulo Kobylka. Também chama a atenção a seleção de obras de arte, caso das esculturas de (cubos brancos) Cássio Lázaro e Emanoel Araújo, ambas da Galeria Almavera e as fotografias da série p&b de Alberto Ferreira para a Galeria Lume. A cabeça aramada do artista plástico argentino Roberto Romero dá um toque de irreverência à morada. “O aspecto final do trabalho traduz bem o estilo de vida do proprietário e a minha formação, que é embasada no Modernismo, mas sem deixar de flertar com o que há de mais contemporâneo”, resume.

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