Meu jardim é o Ibirapuera
Com vista para a copa das árvores do parque que é um oásis paulistano, a casa projetada por Rafael Zalc, que tem décor em parceria com Sylvio Neri, investe no neoclássico com toques modernistas e arte poderosa
Por Carolina Rayol | Fotos Gabriel Arantes
A extensa área verde do Parque do Ibirapuera dá as boas-vindas aos moradores do condomínio que abriga cinco mansões de tirar o fôlego. Entre elas, o casarão projetado pelo jovem arquiteto Rafael Zalc, 27 anos, em parceria com Sylvio Neri, 35 anos, também arquiteto e decorador – ambos pupilos de um dos nomes mais prestigiados da seara no Brasil, Roberto Migotto, de quem o duo herdou a expertise em equilibrar diferentes estilos em ambientes chiques e acolhedores.
Cravada em um terreno de mil metros quadrados, a morada foi totalmente repaginada seguindo o layout que os proprietários idealizavam. “Eles possuem um estilo bem clássico, então demos várias sugestões, apostando numa linha de materiais modernos, sem deixar de lado o gosto do casal, é claro”, conta Zalc. A estrutura de quatro andares demorou cerca de três anos para abrigar a família com seus dois filhos pequenos. O estilo clássico dos moradores, com pitadas de modernidade que os profissionais injetaram em alguns pontos da obra, resultou num endereço cheio de personalidade e elegância. “Eles adoram receber, por isso buscamos transformar o living e o home theater em ambientes protagonistas do projeto. No piso superior fizemos uma sala íntima, onde os moradores podem ficar à vontade para compartilhar momentos a dois”, pontua Zalc.
Um mix de peças de antiquário, relíquias de família e novidades diretamente da Itália compõem o décor. Aqui, os profissionais celebram o estilo dos donos do pedaço, mas sem deixar de lado um toque mais moderno. No living, por exemplo, o lustre em cristais Baccarat, assinado por Philippe Starck, dialoga com a mesa de jantar preta e suas cadeiras classudas. “Criamos um contraste entre o velho e o novo. Escolhemos a madeira de nogueira para dar destaque a pontos fortes do projeto, como a estante do home theater, que, apesar da desordem dos nichos, possui uma simetria despojada e, ao mesmo tempo, sofisticada”, destaca Rafael. Uma das vedetes é a obra de Vik Muniz que habita uma das paredes do living, conferindo um clima de art gallery: a cara do novo décor, aqui executado por gente igualmente novidadeira.
