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Tudo o que é sólido desmancha no ar

Tudo o que é sólido desmancha no ar



Expo “Resistência Local”, dos chilenos do Great Things To People, marca nova fase do Coletivo Amor de Madre, que abraça o modelo virtual sem derrapar na projeção de novos talentos

 

POR LEONARDO SALDIVA / FOTOS GABRIEL SCHKOLNICK E ARYEH KORNFELD

 

Luminária Vilu em alumínio.

 

O CONCEITO DE QUE TUDO que se solidifica no mundo moderno se desmancha no ar, no imaterial e na não existência é posto em xeque pelo Coletivo Amor de Madre. Após quatro anos com seu ponto fixo nos Jardins, Olívia Yassudo Faria anuncia que o espaço físico deixará de ser uma loja, a qual se voltará completamente para o virtual (contará com uma nova plataforma e um aplicativo), e será focado exclusivamente em exposições. “É um ciclo que não tem mais relevância no mundo de hoje”, esclarece Olívia.

A primeira exposição que marca essa nova etapa do Coletivo será a vinda dos chilenos do Great Things To People (GT2P) com a mostra “Resistência Local”, em cartaz de 12 a 31 de agosto. “Eles são o primeiro estúdio que entra nessa etapa. Serão um marco dessa nova vida virtual”, comenta Olívia, que se mostra otimista com a vinda dos colaboradores. O grupo dialoga com a efemeridade do mundo industrial e a resistência cultural das técnicas manuais e históricas. “Eles trabalham desde o manual ao 3D. Pularam o ‘Fordismo’”, argumenta Olívia. “Isso se tornou a metodologia do nosso design. Foi quando o conceito de artesanato digital nasceu. A maioria dos processos que usamos requerem intervenções tradicionais, então aprendemos a dialogar com carpinteiros e oleiros, por exemplo. Estamos tentando criar links entre a produção de massa e a customização. Trabalhamos na dualidade refletida nos processos de digitalização e de ‘discretização’ associados à perda de dados e à resistência contextual ou local na expressão final do objeto”, explica Diana Duarte Bernal, do GT2P.

Os chilenos acreditam que cada peça traz consigo sua própria poética e necessita de um material próprio. “Em maneiras diferentes, elas expressam um diálogo entre tecnologias contemporâneas de design e produção e seu contexto local, debatendo sobre a realidade social, materiais locais, técnicas de produção tradicionais e diferentes paisagens”, elucida Diana. Para os arquitetos, engenheiros e cientistas políticos que integram o grupo, toda essa pesquisa se traduz em experimentação de materiais. “Por exemplo, a luminária Gudpaka nasceu com a ideia de criar uma linguagem que pode ser interpretada pelo artesão e um robô ao mesmo tempo. Foi feita com ABS termoformado, pelo de alpaca e madeira compensada (a ideia original era fazer a estrutura com listras de plástico, mas não funcionou, então nós desenvolvemos a estrutura ABS como uma solução temporária)”, finaliza Diana.

 

coleção Royal Mahuida em bronze e à direita coleção Tarrugao em porcelana

 

Coleção Royal Mahuida em bronze

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