Projetos

Pra lá de Xangri-lá

Os traços serenos do jovem e poderoso coletivo brasileiro-uruguaio MAPA dialogam com a diversidade de suas matérias-primas: o vidro, a madeira e o concreto, que deixam essa morada no Sul repleta de fluidez

Por Fabiano Cameran | Fotos Leonardo Finotti

 

Os traços serenos do jovem e poderoso coletivo brasileiro-uruguaio MAPA dialogam com a diversidade de suas matérias-primas: o vidro, a madeira e o concreto, que deixam essa morada no Sul repleta de fluidez

A onda dos coletivos já é sucesso no cenário nacional do design, como KAZA mostrou em sua última edição. Mas esse modelo também funciona na escala da arquitetura. O escritório MAPA, formado pelos uruguaios Matías Carballal, 35 anos, Andrés Gobba, 36, Mauricio López, 35, e pelos brasileiros Luciano Andrades, 41, Rochelle Castro, 33 e Silvio Machado, 36, surgiu em 2013, numa fusão entre a empresa uruguaia MAAM e a brasileira Studio Paralelo. A tabelinha que se tornou parceria já acontece desde 2005, quando participaram juntos de um concurso. Denominado por um coletivo binacional que se desdobra em duas sedes, a equipe não deixa de fazer conferências via internet e sempre que necessário se desloca pelos 800 quilômetros que os separam para fazer reuniões periódicas. “A proximidade entre as duas cidades (Montevidéu e Porto Alegre) do MAPA é cúmplice de nossos encontros, sempre bem aproveitados para fortalecer o coletivo de maneira a expandir nossos negócios, priorizando a qualidade e a exclusividade de nossos serviços”, contam os arquitetos.

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Do casamento binacional nasceram vários projetos fabulosos. Um dos melhores, a residência Xan. A morada localizada em Xangri-lá, cidade praiana do litoral norte do Rio Grande do Sul, foi pensada para uma família que queria usufruí-la como uma casa de veraneio.

Os traços serenos do jovem e poderoso coletivo brasileiro-uruguaio MAPA dialogam com a diversidade de suas matérias-primas: o vidro, a madeira e o concreto, que deixam essa morada no Sul repleta de fluidez

O layout de 350 metros quadrados está debruçado sobre um terreno com quase o dobro do tamanho, e foi dividido em dois pavimentos. No térreo está a área social, com a cozinha e o amplo living – que dá acesso à churrasqueira e ao pátio onde um jardim recebeu paisagismo do coletivo de arquitetos. Ela foi cercada por paredes de vidro, que tiram proveito da luz natural e trazem ventilação aos ambientes. A comissão de frente do refúgio de veraneio é a imponência de um paredão de concreto cru. Além de ser o acesso principal para seu interior, ele cumpre também o papel de dar a proteção necessária ao jardim e área social da residência e sustentação à parte superior da casa. O murão de estética brutalista contrasta com o revestimento do segundo andar: a madeira, que parece vestir todo o segundo pavimento do refúgio. Essas ripas de itaúba dão privacidade aos moradores nos cantinhos mais tranquilos, os dois quartos, a suíte principal e as duas varandas, descobertas, nos extremos, que servem de mirante para os arredores da cidade. Quando os janelões de madeira se abrem mostram a sutileza dos panos de vidro da casa, que conta com poucas paredes de alvenaria, tudo para convidar a leveza da brisa litorânea para seu interior. O mobiliário é contido, mas tem excelente curadoria, a exemplo das peças brasileiras, como a indefectível poltrona Mole, de Sergio Rodrigues. No living, um grande painel de madeira se destaca: sua implantação foi pensada para proteger a escada que dá acesso ao segundo pavimento. Um coletivo que prova que, definitivamente, a união faz a força.

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